A história da colônia de Santa Isabel retratada na Semana Cultural

por AssCom última modificação 31/08/2015 11h28
O historiador Joel Guilherme Velten falou sobre a chegada dos imigrantes alemães ao município de Domingos Martins.
No último dia 9, o servidor desta Câmara Municipal, professor e também historiador Joel Guilherme Velten, deu sua contribuição à realização da Semana Cultural, ministrando uma palestra sobre a História da Colônia de Santa Isabel.

De acordo com Joel a Colônia de Santa Isabel tem esse nome devido a uma homenagem que Dom Pedro II prestou a santa de devoção de sua filha, a princesa Isabel.

joel falandoFoi por acaso que os alemães vieram parar aqui no estado. O imperador era amigo de infância do presidente da província na época, Luiz Pedreira do Couto Ferraz. Luiz era fluminense e cresceu junto de Dom Pedro II no Rio de Janeiro. Quando o grupo de 39 famílias alemãs chegou ao Rio, ainda não se tinham definidas as terras para esse grupo, foi sugerido que eles viessem ao Espírito Santo pois o estado era mais próximo do Rio de Janeiro do que Santa Catarina. O percurso poderia ser feito em um dia de navio.

Para os imigrantes isso não fazia diferença alguma, até mesmo porque quando eles saíram da Alemanha o Brasil não era de fato o país que eles gostariam de permanecer. Na verdade eles tinham o interesse de ir aos Estados Unidos da América. No Rio de Janeiro eles se mostravam insatisfeitos, principalmente pelo fator clima, bem diferente da Alemanha. Já o clima americano era bastante parecido ao do seu país de origem.

Os imigrantes chegaram em Vitória no dia 21 de dezembro de 1846. Eles celebraram o natal numa praça que fica localizada atrás do Palácio Anchieta, onde montaram a primeira árvore de natal do estado. O grupo era formado por 23 católicos e 16 luteranos.

No dia 27 de janeiro de 1847 os imigrantes subiram as montanhas e iniciaram a colonização através da Colônia de Santa Isabel. Existe um monumento aos imigrantes próximo a entrada que da acesso a Biriricas, e segundo Joel ali seria construída Campinho e Santa Isabel que juntas formariam uma única cidade.

Os católicos recebiam assistência dos padres de Viana, porém os luteranos não recebiam suporte algum. Por não terem esse acompanhamento religioso, uma pessoa entre os luteranos chamada Nicolau Fahler que na época deveria ter aproximadamente 15 anos, foi o responsável por fazer celebração de batismos, casamentos, funerais, até que quase dez anos depois foi enviado um pastor do Rio de Janeiro para poder oficializar esses eventos religiosos.

joel falando tapeteNesse mesmo período ocorreu uma desavença religiosa entre católicos e luteranos. Antes disso ambas as denominações utilizavam o mesmo espaço em horários diferentes para realização de seus cultos. Houve a influência dos padres de Viana que tentavam fazer com que os luteranos se convertessem ao catolicismo e isso desencadeou uma certa briga entre as partes.

Foi então que os alemães pensaram em se dividir. Em busca de um clima mais ameno, os imigrantes saíram da região de Biriricas e subiram a serra. Os católicos ficaram na Vila de Santa Isabel e os luteranos se estabeleceram mais adiante na Vila de Campinho.

Desde 1817 existia um caminho que ligava o porto de Vitória a Minas Gerais, que hoje é conhecido como BR 262. Esse caminho foi construído por Dom Pedro I com o objetivo de estabelecer o comércio entre Minas e Vitória. Minas Gerais importaria o sal e exportar a carne através deste caminho o que ocorreu de 1817 até 1832. Como a estratégia não deu muito certo a estrada foi posteriormente desativada.

Acredita-se que o nome Campinho foi dado a vila porque nessa época os tropeiros acampavam no local onde hoje existe a igreja luterana, lugar mais plano da região, semelhante a um pequeno campo. Eles acampavam à tarde para no outro dia seguirem viagem até o porto de Vitória.

Em 1893, com o prosperar da colônia, um cidadão de Viana chamado Mariano Ferreira de Nazareht que deu o nome a escola municipal atual quis criar um município para que ele fosse o prefeito. Após uma luta incessante ele conseguiu a emancipação da colônia que antes pertencia a Viana. Durante essa emancipação foi criado o município de Santa Isabel com sede em Campinho. Também em 1893 o prefeito Artur Tompson transferiu a sede para Santa Isabel que permaneceu ali até 1917, ano em que a sede retornou para Campinho.

joel palestraDentre os muitos fatos interessantes que Joel relatou em sua palestra, chama atenção que até hoje, algumas pessoas mais antigas ou até mesmo de Vitória se referem à sede atual do município de Domingos Martins como Campinho de Santa Isabel, nome muito utilizado naquela época. Para Joel é um crime alterar o nome de um município como foi feito aqui em Domingos Martins. “Não menosprezando o famoso herói capixaba, porém o mesmo não tem nada a ver com a nossa história. Ele sequer era nascido aqui, era de Itapemirim, e na minha opinião o nome do município deveria ter permanecido Santa Isabel. A alteração foi feita pelo então Governador da época Nestor Gomes que modificou também o nome de outros municípios do estado”, disse.

A colonização de nosso município se deu por um grupo de pessoas da Alemanha, de uma região próxima a cidade de Frankfurt conhecida como Honserik. Com a prosperidade da primeira colônia o imperador optou por formar a segunda que se chamou Santa Leopoldina. O nome se deu em homenagem à sua segunda filha e sua santa de devoção. Nesta ocasião chegaram um grande número de imigrantes, dentre eles alemães, luxemburgueses, suíços e austríacos. A maioria desses imigrantes vieram da região da Pomerânia. Essas pessoas, esses pomeranos, anos mais tarde passaram a residir na colônia de Santa Isabel.

Joel também exibiu um trechos de um filme que conta a história dos pomeranos, além de algumas fotografias antigas das Colônias de Campinho e Santa Isabel.
  

Fotos: Hudson Luiz Entringer.


Thagner Kuster
Câmara Municipal de Domingos Martins – ES
Contatos: (27) 3268-1123
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Neuza Basoni
Neuza Basoni disse:
08/06/2016 10h26
Acabei de ler a Historia da Colonia de Santa Isabel e estou impressionada, não tinha conhecimento ate ler, das divergencias entre caloticos e luteranos. Meus bisavós estavam entre esses grupos, o nome era João Simon, nao sei s e ele veio só ou casado mas sei que é pai de Leo Simon meu avô casado com Anna Maria Effigem. Agradeço pela oportunidade de tomar conhecimento dessa parte da historia que envolve tbm familiares meus no passado. Atenciosamente, Neuza Basoni
Neuza Basoni
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08/06/2016 10h26
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08/06/2016 10h26
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Neuza Basoni
Neuza Basoni disse:
08/06/2016 10h27
Acabei de ler a Historia da Colonia de Santa Isabel e estou impressionada, não tinha conhecimento ate ler, das divergencias entre caloticos e luteranos. Meus bisavós estavam entre esses grupos, o nome era João Simon, nao sei s e ele veio só ou casado mas sei que é pai de Leo Simon meu avô casado com Anna Maria Effigem. Agradeço pela oportunidade de tomar conhecimento dessa parte da historia que envolve tbm familiares meus no passado. Atenciosamente, Neuza Basoni
Neuza Basoni
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08/06/2016 10h27
Acabei de ler a Historia da Colonia de Santa Isabel e estou impressionada, não tinha conhecimento ate ler, das divergencias entre caloticos e luteranos. Meus bisavós estavam entre esses grupos, o nome era João Simon, nao sei s e ele veio só ou casado mas sei que é pai de Leo Simon meu avô casado com Anna Maria Effigem. Agradeço pela oportunidade de tomar conhecimento dessa parte da historia que envolve tbm familiares meus no passado. Atenciosamente, Neuza Basoni
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